Um projeto feito por estudantes da FAAP em colaboração com a ONG AMAP tem o objetivo de melhorar a vida dos moradores do Jardim Panorama, uma comunidade carente em meio a uma das partes mais ricas de São Paulo.

Por Edward Lenzi

A expansão das grandes cidades têm por dinâmica “natural” e econômica, segregar as classes mais baixas às áreas periféricas da cidade, onde os custos são relativamente mais baixos, assim como a oferta e o acesso aos serviços públicos de saúde, segurança, tranporte e lazer. Ainda assim, algumas ilhas de comunidades carentes formam-se ao longo dos anos em terrenos visados pela especulação imobiliária. O Jardim Panorama é um desses casos, e as tentativas do poder privado em isolá-lo física e visualmente do seu entorno rico ficaram evidentes com o projeto dos alunos da FAAP em conjunto com a AMAP, ONG local da comunidade, exposto na sessão de ativação 16 do WDCD 2017.

MUROS E EXPLORAÇÃO

Além de muros, construídos para dificultar o acesso dos moradores ao shopping center de alto padrão vizinho à comunidade, algumas tentativas de desapropriação da área por preços áquem dos praticados na região aconteceram. Os moradores, com uso capião documentado da área, uniram-se para lutar por sua permanência ali e pela melhoria da infraestrutura que os assiste.

PASSARELA DE METAL

Os alunos de arquitetura da FAAP, além de promoverem oficinas educativas e de lazer na comunidade, criaram um projeto urbanístico relativamente simples para transformar a vida dos moradores do local: uma passarela de metal cruzando o rio Pinheiros, para reconectá-los com o lado mais urbanizado da cidade e com a estação de trem Berrini. Essa simples obra diminuiria o deslocamento de 5km para 800m e facilitaria o acesso de todos à infraestrutura que é carente no bairro.

Os alunos ainda sugerem a construção de calçamento largo junto a um parque linear na margem do rio em frente à comunidade, para proporcionar novas opções de lazer, esporte e, claro, a reintegração efetiva do Jardim Panorama à cidade de São Paulo.