Segundo a Organização das Nações Unidas, a violência contra a mulher é uma “Violação grave dos direitos humanos. Seu impacto pode trazer consequências imediatas ou a longo prazo tanto físicas, sexuais e mentais para mulheres e meninas, levando até a morte. Isso afeta negativamente o bem-estar das mulheres em geral e impede a sua participação integral na sociedade”.

Pensando nisso, e nos números assustadores que são consequência dessas violências, mulheres de diversas partes do mundo resolveram pensar em como é possível criar melhores condições de participação da mulher na sociedade, fazendo-as conquistar seu espaço de forma segura e colaborativa. Além disso, essas experiências buscam um alcance maior, estendendo a reflexão para toda a sociedade e convidando-a a pensar junto em uma nova maneira de conviver.

O What Design Can Do percebe a relevância do tema e quer fazer parte desse debate. Na edição de 2016, em São Paulo, acolheu mulheres com propostas inovadoras que deram início a uma espécie de laboratório de pesquisas. O assunto rendeu tanto que este ano elas estarão de volta ao palco da FAAP para apresentar os frutos dessas pesquisas e novas perguntas que nasceram ao longo deste ano.

Uma das convidadas de 2016 que estará de volta em 2017 é Juliana Preserpio, fundadora da Echos – Laboratório de Inovação. Na edição passada a empreendedora propôs, nas breakout sessions – sessões mais longas e com público menor –, experiências de empatia para fazer o público sentir na pele os diversos tipos de violência que as mulheres sofrem, e como esses abusos podem estar mascarados em frases ditas no dia a dia, assim, sem pensar.

Esse trabalho se desenvolveu e Juliana subirá ao palco principal da FAAP para apresentar todo o processo. Sobre o poder do design, ela diz que “é uma linguagem comum centrada no ser humano baseada em empatia, colaboração e experimentação. A partir desta abordagem, o design fomenta a construção coletiva para o desafio da violência contra mulher, um desafio complexo que não pode ser resolvido a partir de técnicas simplistas, pois é um problema intrínseco à cultura e ao sistema da sociedade brasileira. O design nos ajuda a entender e desconstruir este sistema, e, aí sim, tem o potencial criativo de gerar soluções para transformá-lo”.

Outra convidada do What Design Can Do São Paulo 2017 é Juliana de Faria. Hoje ativista feminista e empreendedora, Juliana era jornalista de moda, até se dar conta de que queria mesmo falar com as mulheres reais, seus problemas e suas demandas. Criou, então, ao lado das especialistas em marketing Nana Lima e Maíra Liguori, o Think Olga, espaço virtual e ONG feminista que busca empoderar e conscientizar as mulheres e a comunidade através de ações de sucesso como a #chegadefiufiu e #primeiroassedio. Além do Think Olga, Juliana criou o Think Eva para prestar consultoria a marcas e fazer a intermediação entre elas e o público feminino.

Os resultados desses anos de trabalho serão expostos pela jornalista no palco principal do WDCDSP no dia 23 de novembro.

Além das Julianas e suas experiências já desenvolvidas, aguardamos o público com mais questionamentos e novas ideias para debater e participar das sessões de ativação. Queremos desenvolver um espaço de investigação permanente, convidando toda a sociedade criativa para colaborar na construção de um mundo mais humano.